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O que se sabe sobre o suposto atentado a Maduro na Venezuela


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O governo da Venezuela afirma que o presidente Nicolás Maduro foi alvo de um atentado com drones, no sábado, enquanto participava de uma cerimônia militar em Caracas. Veja abaixo o que se sabe até agora sobre o suposto atentado.

O que aconteceu?

O presidente Nicolás Maduro discursava às 17h41 de sábado em um desfile comemorativo dos 81 anos da Guarda Nacional, na Avenida Bolívar, em Caracas, quando, como mostra o vídeo da cena, ouve-se uma explosão abafada e curta: Maduro olha para o céu e a primeira-dama, Cília Flores, ao seu lado, se encolhe e também olha para o alto. Ouvem-se gritos de “tapa, tapa, tapa”, como se alguém ordenasse que Maduro fosse protegido. Seguranças então correm para cercar o presidente com escudos. Logo depois, há uma segunda explosão, e os participantes do desfile que estavam em frente ao palanque de Maduro começam a correr desordenadamente.

Qual a versão do governo?

O ministro do Exterior, Jorge Arreaza, disse que dois drones modelo Matrice 600, carregados cada um com um quilo de explosivo plástico C4, foram lançados contra a tribuna presidencial. No entanto, segundo ele, inibidores de sinal foram ativados pela segurança do presidente e impactaram a trajetória do primeiro drone, que caiu próximo ao palanque, sem atingi-lo. O segundo, disse Arreaza, explodiu no térreo de um edifício na Avenida Bolívar, as Residências Eduardo, a duas quadras do local em que estava Maduro.

Há outras versões?

Ainda na noite de sábado, a agência Associated Press, citando bombeiros anônimos, atribuiu o estampido durante o ato comemorativo à explosão de um botijão de gás nas Residências Eduardo. No entanto, o edifício tem gás canalizado e moradores confirmaram a repórteres locais que um drone se chocou contra a fachada do prédio. O site independente “Efecto Cucuyo” constatou que peças do drone atingiram as janelas dos sétimo, quarto e segundo andar, e que um apartamento do segundo andar se incendiou. Segundo o site, três pessoas ficaram feridas. Duas testemunhas também disseram à agência Reuters que viram um drone caindo no edifício. No vídeo disponível do ato, não se veem drones; vídeos com imagens do que seriam os drones lançados no sábado circulam na internet, mas sua autenticidade não foi confirmada.

A quem se atribui o suposto atentado?

O ministro do Interior, Néstor Reverol, disse que foram feitas buscas em hotéis de Caracas e que foram presos seis suspeitos, uma dos quais mulher. Um deles, segundo Reverol, era procurado por envolvimento no ataque ao forte de Paramacay, em agosto de 2017, liderado por um capitão desertor. Três dos suspeitos foram presos em um Chevrolet preto, a três quadras das explosões. Testemunhas das prisões disseram à agência Reuters que foram encontrados no veículo controles remotos, tablets e computadores.

Um desconhecido Movimento Nacional Soldados de Camiseta assumiu a autoria no Twitter: “Mostramos que [eles] são vulneráveis. Não conseguimos hoje, mas é questão de tempo”. O movimento diz ter sido criado em 2014 e indicou ter vínculos com Oscar Pérez, ex-piloto das forças de elite da polícia que em 2017 atacou de um helicóptero a sede do Ministério do Interior e acabou morto numa operação das forças de segurança.

O que disse Maduro?

Em pronunciamento na TV na noite de sábado, Maduro afirmou ter sofrido uma tentativa de assassinato. Sem fornecer provas, disse “não ter dúvidas” de que o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, está por trás do ataque. Também acusou indivíduos “dentro dos EUA” de promover um “atentado de direita” contra ele. Santos, que deixa a Presidência amanhã e na semana passada previu em entrevista a queda de Maduro em breve, disse que as acusações “são absurdas e sem qualquer fundamento”. O governo americano negou qualquer participação no suposto atentado.

O que diz a oposição?

A Frente Ampla Venezuela Livre, que reúne os principais partidos opositores e organizações estudantis e sindicais, mostrou ceticismo em relação à versão de atentado, lembrando que o governo anteriormente denunciou tentativas de magnicídio sem fornecer provas (desde que tomou posse após a morte de Chávez em 2013, Maduro denunciou 21 vezes que o governo havia detectado planos para assassiná-lo). “Ainda é preciso ver se foi mesmo atentado, ou um acidente fortuito”, disse a Frente em comunicado, afirmando que a “atitude responsável” é esperar o fim das investigações: “É difícil acreditar no que dizem os burocratas do regime”.

O partido oposicionista Primeiro Justiça, do ex-candidato presidencial Henrique Capriles, um opositor moderado, divulgou um comunicado pedindo uma “investigação séria” do ocorrido e afirmando rejeitar “o uso da violência como método de luta política”. O comunicado lamenta que “alguns venezuelanos possam pensar que a tragédia nacional de que padecemos só pode ser superada com mais tragédia”, e termina pedindo a abertura de caminhos democráticos e constitucionais para “a celebração de eleições livres”.

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